Viajar de Graça – casa e comida é um post destinado a quem pensa em morar fora do Brasil, por período provisório.
Quem nunca pensou em viajar por aí sem rumo, sem lenço e sem documento e de preferencia sem custos?
Para viajar precisamos de dinheiro e de tempo. Isso todo mundo sabe não é?
Então dizemos – de graça – mas alguma coisa você vai investir, nem que seja tempo.
Eu não vou propor aqui absurdos ou te dizer pra pedir carona, não é disso que se trata o assunto de hoje.
Hoje falarei de 6 maneiras reais de conseguir uma moradia e por vezes até alimentação em qualquer lugar do mundo.
Existem sim algumas formas de se viajar por aí de graça – ou quase de graça. Vem ver!
Quando eu estava na faculdade coloquei na cabeça que ia conhecer a Alemanha e tinha que achar um jeito de conseguir isso.
Minhas condições financeiras eram suficientes para pagar meu dia a dia mas demoraria séculos para uma passagem e todo custo de uma viagem a Europa, sabia que não seria fácil.
Vale lembrar que naquela época não havia essa grande divulgação de mídia online e costumávamos encontrar mais informações fora da internet do que nela.
Então, após uma pesquisa no falecido orkut, descobri um modo de viajar para lá e fui até uma agência confiável para conhecer melhor esse caminho e descobrir se era pegadinha ou não.
Bem, não era pegadinha, e essa é nossa opção número 1:
A tal descoberta mágica era fazer Au Pair na Alemanha.
O que é Au Pair? Uma combinação de babá e estudante da língua do país em questão.
Uma grande chance, com duração de 6 meses ou 1 ano, de ser babá de um bebe alemão fofo e estudar a língua e cultura. Mas para isso é obrigatório estudar também.
Por isso o nome Au Pair, traduzido por: “aos pares”, ensino e estudo aos pares de babá e criança.
Fiz o perfil no site de Au Pair e também me cadastrei naquela agência que fui. Era necessário comprovar experiência no cuidado com crianças, e me voluntariei em uma creche, alguns meses antes.
Também eram aceitos depoimentos de pessoas às quais você já auxiliou. Pode ser a sua tia quando você cuidou da priminha, pode ser sua amiga se você ajudou ela a cuidar do filho.
Após um tempo de pesquisa, consegui encontrar uma família e passei a conversar com eles em alemão por skype várias vezes tirando todas as minhas duvidas, conhecendo mãe pai e casa. Assim, eu precisava apenas tirar o passaporte e resolver em que mês partiria. Nesse meu caso, a família pagaria a passagem de ida e volta.
O fim de tudo isso? Bem, ainda não conheço a Alemanha e não fui Au Pair.
Percebi que naquele momento era mais importante para mim terminar a faculdade ao invés de trancá-la por um ano, mas nunca deixei de perceber que era possível.
Durante o processo todo pude conhecer pessoas que foram e contaram suas experiências e a verdade é que aquilo era real e – quase de graça – o meu custo seria passagens extras para o Brasil e o visto alemão, e só.
Há mais países que oferecem esse tipo de intercâmbio como Irlanda, França e Alemanha, mas cada um com regulamentação bastante solidificada.
A babá recebe um salário semanal cujo valor varia dependendo do país e a família é obrigada a contribuir com parte do custo do curso da língua.
Além do salário e auxílio estudo, há um mês de férias remuneradas e trabalha-se cerca de 6 horas por dia, o que contribui para turistar no seu tempo livre.
O importante aqui é achar uma família boa, aliás essa era a dica que todas as AuPairs que conheci me davam.
Você vai morar na casa onde trabalhará, é importante que respeitem seu tempo de estudo e lazer. Por isso, a melhor coisa é conhecer bem família antes de ir, e se for uma condição ruim de trabalho, as leis do país e o site que voce se inscreveu podem te ajudar a encontrar outra família ou resolver seu problema.
Gostar e ter experiências com crianças, ter um conhecimento básico da língua do país em questão é vontade de estudar mais. Há limite de idade que varia dependendo do país. Por exemplo, na Alemanha o limite para trabalhar como babá é 24 anos e na Irlanda é 30 anos.
O que recebe? Salário, ajuda de custo no curso de línguas, casa e comida, em alguns casos também recebe a passagem de ida ou ida e volta.
Custo: Mínimo. Seguro de vida também pode ser exigido.
O que pode dar errado? A família não ser legal ou não respeitar seus horários de descanso. Nesse caso, pode-se trocar de casa.
Funciona da seguinte forma: voce cuida da casa de alguém que precisa se ausentar e em troca voce não paga nada por estar nessa casa. Parece incrívelmente fácil né? E é. Troca de favores pura e simples.
Basicamente, a parte de graça aqui é a hospedagem.
Mas, na maioria dos casos, os donos da casa precisam de alguém para cuidar dos seus animais de estimação, piscina, plantas e outras atividades desse tipo.
Pessoas confiáveis e que demonstrem amor pela casa e seus bichinhos serão aceitas.
Normalmente você não é pago por isso. E normalmente voce habita mansões. (Se não acredita em mim, por favor utilize o Google para conhecer pessoas que fizeram isso, você vai entender!)
Para encontrar sua casa e seu animalzinho de estimação voce deve se inscrever em algum site confiável, como o Trusted Housesitters ou o Mind My House.
Quem quer se hospedar normalmente paga uma taxa ($40) que valem o investimento.
Para ser selecionado você deve ter uma mente aberta, escrever com sinceridade seu perfil e demonstrar todas as suas habilidades bem detalhadas no cuidado com os animais e no lar.
Seria ótimo contar que mora ou morou sozinho, por exemplo.
Não há pré-requisitos mas ao preencher o perfil será perguntado sua relação com animais e cuidados de um lar.
Ajuda se você tiver experiência com isso mas ajuda mais ainda se for voce for sincero ao demonstrar essa experiência no seu perfil.
O que voce recebe? Hospedagem e amigos de 4 patas. Pode haver uma gorjeta ou salários mas não é a prática usual.
Custo: Mínimo. Custo para inscrição no site.
O que pode dar errado: Não ter familiaridade com o animal pode complicar. Também é necessário entender que voce habitará a casa de alguém que pode ou não estar de acordo com o que voce gosta.
Importante fazer muitas pergunta aos donos da casa para conhecer o máximo possível o local e o estilo da pessoa.
Esse modo de viajar de graça tem se popularizado entre os nômades ao redor do mundo.
O WWOOF , siga em inglês para oportunidades em fazendas de plantações orgânicas, oferece comida e acomodações em troca do seu trabalho, por 4hrs a 6hrs diárias.
Outra vantagem é que o WWOOF está presente em todos os continentes e quase todos os países.
Lembre-se que apesar dessas ‘facilidades’ divulgadas pelos viajantes nômades, é necessário ter aptidão e vontade de trabalhar em fazendas com um trabalho braçal e pouco convencional.
Por exemplo: tirar leite de vaca, preparar o solo, plantar.
Os voluntários devem se inscrever no site do país que desejam morar e pesquisar atividades e fazendas lá.
Importante ler as avaliações de quem esteve no lugar e até mesmo contatar essas pessoas para conversar. A internet é uma grande aliada!
Será difícil permanecer no emprego se a filosofia e o propósito não estiverem bem aceitos por voce. Se você se interessou, sugiro a leitura da história do programa no site.
Cada país tem seu site do trabalho e eu sugiro que voce dê uma olhada no site americano, para começar, achei super organizado e fácil de navegar.
Estar disposto ao trabalho braçal e pouco convencional. Romper a barreira ‘cultural’ e urbana.
O que voce recebe? Hospedagem e alimentação durante todo o período de trabalho além de ensinamentos sobre a cultura orgânica.
Custo: Mínimo. A inscrição no site é cobrada e a taxa varia de país para país. Para o Brasil e Estados Unidos sai por 40 Dólares, já para a Holanda por exemplo a inscrição sai por 20 Euros. A passagem até o local é por sua conta.
O que pode dar errado: Não ter familiaridade com o tipo e filosofia do trabalho. Pesquise pessoas que estiveram nas fazendas do(s) paíse(s) que voce pretende morar antes de ir.
A ideia aqui é a mesma do WWOOF mas há mais opções de locais e cargas horárias.
Você pode trabalhar em hotéis, vilas, ranchos, hostels e também fazendas. O HelpX e o Workaway seguem a mesma ideia, mas o segundo possui um site mais amigável e de fácil navegação.
É oferecido hospedagem e alimentação dependendo da sua jornada de trabalho. Alguns pedem 2 horas de trabalho diário em troca de acomodação mas lhe pedem que faça sua própria comida.
Outros oferecem comida e hospedagem por 6 horas diárias e outros ainda pedem 8 horas diárias com adicionais como internet liberada, aulas de ingles, bicicletas pra usar e dias de descanso nos finais de semana.
Os voluntários, como são chamados, devem se inscrever no site e pesquisar o que desejam.
Os sites oferecem opções de inscrição com ou sem taxa. Para os que aceitam pagar a taxa (membros premium) há a vantagem de poder saber mais sobre o local de trabalho e conversar diretamente com os empregadores. Ou seja, vale a pena a inscrição premium para você não sair às cegas 😉
Valem as mesmas dicas do WWOOF. Estar disposto ao trabalho braçal e pouco convencional.
Romper a barreira ‘cultural’. A diferença aqui é a possibilidade de trabalhar em outros estabelecimentos que não apenas fazendas.
O que voce recebe? Hospedagem e alimentação e outras vantagens durante todo o período de trabalho e que variam de acordo com a jornada de trabalho.
Custo: Variável. A passagem até o local é por sua conta. A inscrição no site custa 20 Euros pelo HelpX e 29 Dólares no Workaway. Dependendo da sua jornada de trabalho pode ser necessário pagar a alimentação.
O que pode dar errado: Não ter familiaridade com o tipo e filosofia do trabalho. Pesquise antes!
Voce já ouviu falar em Couchsurfing? Não? Pois deixe-me te explicar:
O Couchsurfing, é baseado na hospitalidade de pessoas ao redor do mundo em te oferecer o sofá delas pra dormir de graça. Bem, sofá, cama, quarto, ou apenas uma saída pra te apresentar a cidade, sem cobrar na por isso.
A ideia do couchsurfing é muito mais que oferecer uma hospedagem, é a de troca de experiências e cultura.
E aí voce pergunta: Mas eu vou dormir na casa de um estranho??? E eu vou abrir minha casa pra alguém assim que pode me roubar?
Sim e não. Eu tenho meu cadastro no couchsurfing e vou contar minha experiência.
Os que aderem a ideia devem se cadastrar no site e informar os seus gostos e conhecimentos. Nas cidades maiores são organizados encontros desses grupos, e além disso há questões de segurança recomendadas como pedir o telefone da pessoa, encontrá-la em local público e denunciar quem pede ou oferece dinheiro no site.
A verdade é que essa ideia já conta com mais de 1 milhão de adeptos esse ano (2015), UAU. Um número assim não pode ser desprezado, significa que de alguma forma, funciona.
A principal ideia do couchsurfing não é apenas a moradia mas sim o contato com as pessoas, por isso a importância da rede e dos encontros de grupos, a maioria das pessoas estão lá procurando o mesmo que voce, viagem e aventura.
Eu recebi um russo uma vez, que mentiu ser da Itália por dizer que a Rússia não era bem aceita por Brasileiros. Eu o levei pra passear na orla de Copacabana e um dia ele cozinhou uma massa com frutos do mar pra mim. A minha chave de casa ficava com ele e era interessante que eu estivesse disponível para dar atenção e turismo a ele no fim do dia.
A questão é: eu trabalhava, e não conseguia atender esses anseios de turistar em dia de semana. O Russo ao fim das contas era muito legal e até trouxe presentes, mas eu não me senti a vontade com alguém em casa além de mim.
Vai de cada um! Essa foi a minha experiência.
Ah sim; para poder se hospedar na casa de alguém, não é necessário que você ofereça a sua. No seu perfil você pode marcar as opções as quais está disposto.
De graça mesmo. Apenas aceite que você não estará em um hostel e que pode não ter total domínio do seu tempo turístico.
Seria rude negar todos os passeios com o dono da casa pois a ideia é troca de cultura. Se estiver turistada, considere um dia a mais do que ficaria no local por conta dessas outras atividades bastante possíveis.
Você pode precisar receber pessoas na sua csa pra melhorar sua avaliação de perfil e chances de ser aceito (foi minha ideia ao abrigar o gringo).
O que voce recebe? Nada. o serviço não é pago nem por quem oferece a casa nem por quem se hospeda.
Custo: Mínimo. A passagem até o local é por sua conta assim como a alimentação.
O que pode dar errado: A maioria das pessoas tem o mesmo objetivo que você, mas há casos de pessoas estranhas, ou que buscavam “namoradas” ou ainda que queriam cobrar a hospedagem.
Quem pratica o couchsurfing lista uma série de dicas de segurança. A dica aqui é a mesma das anteriores, pesquise, conheça, leia o que pessoas falaram a respeito, e, dito isso: Experimente!
Dormir no transporte enquanto ele se movimenta ou não. Quê?!
Os trens noturnos da Europa são conhecidos e utilizados por diversos viajantes para economizar em hotel, passagem aérea e economizar tempo, um serviço 2 em 1 para se deslocar enquanto dorme.
Mas eu sei que desses provavelmente você já ouviu falar. Porém, o que nem todo mundo sabe é da modalidade que fica paradinha, mas é um veículo de transporte com cama e conforto.
Em Nova York, táxis e vans começaram a oferecer acomodações até mesmo com cama de casal, decoração temática e Wi-Fi para os hóspedes.
A experiência pode não trazer a sensação mais segura para o viajante pois o carro fica mesmo parado na rua, mas por outro lado o custo é bem baixo e os que utilizaram o serviço gostaram! O serviço é encontrado no AirBnB.
Nesse caso não se oferece serviço algum, o custo não é nulo mas é inferior a outras formas mais convencionais.
Custo: Variável. O ideal é Somar o valor de passagem aérea + hotel e comparar com o preço do trem noturno. Ou, no caso do taxi-van=quarto, pode-se comparar com o custo de outros hotéis e hostels.
O que pode dar errado: Uma noite mal dormida ou desconfortável. Seja pelo espaço, seja pela localização da van, seja pelo barulho. Avalie bem qual o peso dessas decisões para voce, mas por outro lado, passar apnas uma noite em um desses locais não deve te deixar assim tão mal dependendo da economia no bolso.
Oferecer um serviço em troca de viajar, buscar experiências em troca de um sofá são algumas das maneiras de se viajar de graça bastante possíveis.
Mas o que você precisa mesmo, é uma mente aberta, e de repente umas férias longas!
Se quiser saber mais sobre cada um dos tipos de viagem, deixe um recado!
E eu se fosse assinava o recebimentos dos posts, para não perder novidades como essa!
E se quiser saber outras formas de viajar pelo mundo de forma diferente, veja a galeria dos Brasileiros Pelo Mundo 🙂
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