- por Maíra Silveira
Conhecer o mundo ou matar as saudades, o dilema do viajante !
Conhecer o mundo ou matar as saudades de onde já se esteve?
Começa assim: você faz uma viagem, se apaixona pelo destino e volta pra casa pensando no que viu e no que nem deu tempo de ver.
Um ano depois, nas suas próximas férias e ao olhar as fotos da última viagem, pensa:
“Amei esse lugar, queria voltar lá, mas tenho o mundo por conhecer não posso repetir destino!”
Já pensou assim alguma vez? Essa sensação acontece com você ao olhar suas fotos?
Sou capaz de apostar com você que esse é o pensamento de quase todo amante de viagens e também o dilema de boa parte deles, incluindo o meu.
Vou te contar o que já descobri a respeito, e quem sabe você me ajuda (e se ajuda) a entender e amenizar esse sentimento de saudades…
Se você clicou no link do email, acabou sendo encaminhado para cá, o link do post novo é (desculpe):
POST NOVO: 20 CIDADES PARA VISITAR AO MENOS UMA VEZ NA VIDA
Escrevi esse texto durante a minha segunda visita a Buenos Aires …
A reflexão, porém, vem de muito antes disso. Muito do que vou contar senti durante minhas viagens mais longas ou nos lugares em que já morei.
Passei muito mais dias que o “recomendado” em cidades como Londres e Foz do Iguaçu, morei anos na cidade mais turística do Brasil, o Rio de Janeiro, vou a São Paulo ao menos uma vez por ano, desde que sou um bebezinho viajante. Nada disso ajuda quem quer preencher o mapa com todos os locais do mundo visitados pois seria “perda de tempo e oportunidades”.
Mas tudo isso ajudou a refletir sobre quantas vezes na vida a gente tem que ir a algum lugar e espero te levar a pensar também.
Eu sempre procuro explorar ao máximo cada destino.
Sabe aquele mapa-múndi que muita gente tem na sala e vai aos poucos marcando cada lugar visitado?
O objetivo é “fechar o mapa”, marcar tudo e ganhar o título de explorador do mundo frente a comunidade de viajantes do mundo.
Parece que há uma competição desenfreada entre quantidade ao invés de qualidade.
Isso não funciona comigo não.
É desafiador sim e eu quero meu mapa 100% preenchido também, mas cada vez mais tenho pensado em viajar quase que no sentido oposto disso.
Começou com uma necessidade de economizar em viagem, e assim resolvi passar longos períodos a cada cidade visitada.
Sim, se você ainda não sabe disso ainda anote : quanto mais mudanças de cidade e país durante uma viagem mais se gasta como um todo.
Pois bem, passei a fazer viagens longas para cada lugar que ia, cada cidade explorada pelo dobro de tempo que 90% dos viajantes costumam ficar.
O termo da moda é “slow travel”, mas acho que vai muito além disso.
Isso me permitiu 3 coisas, principalmente:
– Explorar o lugar com calma, sem estar exausta.
Com tempo de descansar o corpo e a mente entre um dia e outro, experimente e veja a diferença.
– Conhecer lugares que quase ninguém conhece, uma vez que não estão entre os passeios “principais” de turismo do local explorado.
Quando você passa bastante tempo em um lugar consegue visitar o que é turístico e o que não é também.
– Conhecer a cidade em seu estilo pessoal e íntimo. Sabe quando você já até sabe dizer se a fruta tá cara ou barata no mercado local?
Quem viaja sente isso, após uns dias de calma e observação, sem a correria, passa-se a entender perfeitamente o ritmo do lugar.
A cultura, as pessoas, se vestir sem olhar previsão do tempo, os canais de TV mais legais, o horário de rush, os locais pra fazer happy hour depois do trabalho, o programa preferido de fim de semana, o ponto turístico que nenhum morador recomenda, os problemas da cidade, as qualidades, a história por trás de tudo.
Só sente isso quem observa, e só observa quem tem tempo.
E como resolver isso então?
Eu, cada vez mais sinto vontade de redescobrir lugares que estive na mesma proporção que quero conhecer lugares novos.
Talvez o ideal seja permanecer muitos dias num lugar só, talvez seja o equilíbrio.
Talvez o fator novidade seja o remédio e o consolo para partir pra outro destino.
Uma coisa é certa: Uma viagem nunca será igual a outra, mesmo que seja para o mesmo lugar.
Como te contei lá no início do texto, esse texto surgiu da minha viagem a Buenos Aires pela segunda vez.
Quando tive a oportunidade de olhar a cidade com outros olhos, tão apaixonados quanto a primeira vez por lá, mas certamente muito mais compreenssivos sobre o lugar que eu estava re-descobrindo. Já disse no AirBnb em Buenos Aires e repito: conhecer lugares novos é bom, mas se sentir íntima com cada um deles, tem um valor inestimável.
E você? Já se pegou pensando a respeito?
Como e por que você viaja?
Acho que sua primeira resposta será a de se dizer explorador do mundo, mas pense um pouquinho, não seria ótimo desbravar o mundo várias e várias vezes?
Será que a solução é passar mais tempo em cada lugar ou precisamos re-descobrir os locais que amamos muito?
Conte pra mim como você mata essa saudades e se você sente o mesmo que eu…
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17 comentários sobre “Conhecer o mundo ou matar as saudades, o dilema do viajante !”
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Concordo com o que você. Já fui a Veneza 3 vezes e sempre digo Veneza foi feita para quem não tem pressa e vou ainda a uma quarta e quantas vezes mais me derem vontade. Londres já fui a 5, Viena 3, Barcelona 2, Roma, 2, Paris 4, Lisboa tenho apartamento e então vivo entre lá e cá em Porto Alegre, NY 5, Miami 2, Buenos Aires 2. E sempre que perguntam porque repetir destino, eu respondo que repito porque fui feliz e posso ser de novo. Assim como tem cidades que não voltaria de jeito nenhum. Ao voltar e me sentir parte daquel lugar.
Super me identifiquei com esse texto! Essa coisa mesmo que parece uma competição de gente falando ‘ja visitei tantos países” também é algo que eu não me identifico. Também quero ver meu mapa nos 100% mas não quero que seja aquela coisa maluca de passar por lugares só por passar. Por isso que cada vez mais também prezo o slow travel, de me conectar com o lugar de uma forma mais especial e sim, revisitá-los! <3
Perfeito Thais! Eu concordo com tudo que disse, to com agonia de quem só quer viajar pra fechar o mapa e postar no facebook XD Obrigada pelo comentário!
Amei seu texto e super me identifiquei. Quando comecei a viajar, fazia uma maratona! Hoje, fico o máximo de tempo possível em um lugar. E repito destinos também. Fui chamada de doida porque fiquei OITO dias em Foz e depois de menos de dois anos fui novamente para lá. Para mim, só tem vantagens em viajar devagar. Se choveu, por exemplo, provavelmente ainda dará tempo de fazer o passeio que estava planejado para aquele dia… Se estou cansada, posso ficar dormindo no hotel… E por ai vai!
Parabéns pela reflexão, Maíra! Amo seu blog!
Sou tão doida quanto você então pois passei 6 dias em Foz e quero voltar o quanto antes! Também acho, só vantagens, o clima pode endoidar, o humor também…. Adorei seu comentário Ge! Obrigada! E tb sou fã do seu blog =)
Tb sou maluca entao!
Fiquei 8 dias em Foz e ja tenho roteiro pronto lara um tlretorno kkkk
Clube das malucas por Foz! Bem vinda =)
Adorei você ter usado Buenos Aires como exemplo. Já fui umas 4 vezes e nunca vou ter essa sensação de que estou repetindo destino. Amo conhecer lugares novos, mas também amo aquela sensação de pertencimento, sabe? E para mim, ir para um mesmo lugar +slow travel traz isso. Fora, que sempre há coisas novas para se descobrir, mesmo em lugares que você já foi 😉
4 vezes!? Ai que inveja boa! hahahahh Eu quero ir mais tantas vezes quanto possível pra lá (e ra outros vários destinos). Essa sensação de pertencer pra mim é impagável, eu me sinto “especial”. Adorei seu comentárioe ver qe não estou só! Hahhah Bjss
Gente PARA TUDO!!!! Amei o post, SIM vamos reviver viagens inesquecíveis!! Vamos ficar mais tempo em um lugar pra conhecer de tudo!! Vamos, vamos vamos!!! Parabéns, excelente!!!
Lu! Fico feliz que tenha gostado! É isso mesmo, relaxar e curtir a viagem, sem neura! Boa viagem!!! Bjs